domingo, 7 de junho de 2009

Hipérbata


Resgato ao desvão do vento
que sopra rude lá fora
algumas letras soltas:
elevam-se buganvílias pétalas dum qualquer tempo que não sei…
de que me não sei…
púrpuras, amarelas, roxas, rosas, brancas …
ausente, melancólica, desfolho e releio um diário antigo de letras doiradas em capa negra
afago-lhe os contornos
limito-lhe o corpo
o volume de folhas amareladas empobrecidas
sumidas pouco mais que água
pagina daem hologramas de vazio em esforço
fico-me quase cega nas iluminuras incompletas, imperfeitas…
copista de um tempo, hipérbata,
deslizo em sensaborias d’excessos, desregramentos em versos e versos,
fio a fio,gota a gota,
seda pura em roca tosca ,
iluminados p’la inexistência intempestiva.
cognata
não sinto mais o vento
nem sequer calor fome ou frio…
não sinto nada
se ventava lá fora …
tudo está tão silencioso agora!

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